Calendário Litúrgico da Igreja Romana comemora hoje a memória de São Joaquim e Sant’Ana que a tradição identifica como pais de Nossa Senhora. O nome Joaquim é bíblico, e significa “o homem a que Javé confirma”. Há vários personagens no Antigo Testamento com este nome.
Com o nome de Ana, aparecem três mulheres na Bíblia: a mãe do Profeta Samuel; a mulher de Raquel, parente de Tobias, e a Profetisa Ana, que foi ao encontro de Jesus no dia de sua apresentação ao Templo.
Não há notícia deles na Sagrada Escritura, contudo, existe um livro venerável do século II do cristianismo: Proto-Evangelho de São Tiago, que granjeou grande autoridade nas comunidades cristãs primitivas. É exatamente este livro que nos traz a mais vetusta tradição sobre os pais de Nossa Senhora.
Joaquim e Ana eram um casal distinto, mas viviam tristes e humilhados porque já estavam chegando à idade avançada e eram estéreis. Era um casal justo e observante das leis judaicas. Possuíam certa fortuna que lhes proporcionava vida folgada. Dividiam suas rendas anuais em três partes: uma era conservada para as próprias necessidades; a segunda, reservada ao culto judaico e, finalmente, a terceira era distribuída entre os pobres. Joaquim e Ana continuavam a rezar confiantes que Deus teria suscitado para eles uma descendência. Joaquim retirou-se ao deserto para rezar, onde permaneceu 40 dias em jejum e oração.
Finalmente lhe apareceu um anjo dando uma boa notícia: “Joaquim, disse o anjo, tua oração foi ouvida. Uma filha te será dada a quem darás o nome de Maria”.
Ana também recebeu um aviso do anjo: “Ana, Ana, o Senhor ouviu teu choro. Conceberás e darás à luz e, por toda a terra, falar-se-á de tua descendência”.
Ao voltar Joaquim para casa, eis que sua esposa atirou-se em seus braços exclamando cheia de alegria: “Agora sei que o Senhor derramou sua bênção sobre o nosso lar: pois eu era como uma viúva, era estéril, mas agora meu seio já concebeu, seja bendito o Altíssimo!” Então fez o voto de consagrar a menina prometida por Deus ao serviço do Templo.
De fato, a menina Maria foi levada mais tarde pelos pais ao Templo onde foi educada, ficando aí até ao seu noivado com São José.
A tradição não dá notícia da morte de Joaquim e Ana. Mas seu culto foi muito difundido na Igreja desde o século VI. Começou no Oriente e passou para a Igreja Romana. Neste caso, a devoção a Sant’Ana foi muito mais popular. Difundiu-se, sobretudo, nos povos nórdicos, onde o nome Ana é mais usado. Também no Brasil o culto a Sant’Ana é muito conhecido. Até mereceu o título que só é reservado à sua Filha, isto é, Senhora Sant’Ana.
Trecho da obra: O Santo do dia
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